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O Papel das Igrejas Brasileiras na Ótica Presbiteriana

sexta-feira, agosto 27, 2010

Entrevista do pastor Jung Hyun Oh  à CRISTIANISMO HOJE. Hyun é o líder da Sarang Community Church, em Seul, na Coreia do Sul. A igreja, ligada à denominação Presbiteriana, tem cerca de 80 mil membros e surgiu há 30 anos.

O senhor acha que pode haver mais cooperação entre as Igrejas brasileira e coreana a favor da obra missionária?
O que eu estou esperando é que, a partir dessa relação entre as Igrejas dos dois países, a obra missionária seja fortalecida. O Brasil é o segundo maior país evangélico do mundo. A Igreja da Coreia, por sua vez, tem recebido muitas bênçãos. Os dois países têm, portanto, uma responsabilidade sagrada de servir ao mundo, e seria ótimo se, pela graça de Deus, pudéssemos unir forças para completar a missão global. Pode haver opiniões diferentes, mas, como Paulo, Barnabé e Apolo fizeram, devemos superar nossas diferenças e usar nossos os dons dados por Deus para o trabalho conjunto em favor do Evangelho. Este é o desejo sincero do meu coração. Se não formos capazes de assumir a liderança da obra missionária, baseados na Palavra de Deus, nossas igrejas também enfrentarão as mesmas dificuldades e sofrerão o declínio que observamos hoje na Igreja europeia. David Brainerd, missionário entre os indígenas americanos, disse certa vez: “Se eu puder trazer uma alma para Jesus, não me importo onde estou, como eu vivo e o que tenho de suportar.”

Como é o relacionamento entre as igrejas tradicionais e as pentecostais na Coreia do Sul?
Na Coreia, as diferenças teológicas entre as igrejas pentecostais e outras denominações não impedem o trabalho conjunto. Temos conselhos que reúnem representantes de diferentes denominações, abrindo canais de diálogo entre elas, como o Conselho Cristão da Coreia (CCK) e o Conselho Nacional de Igrejas da Coreia (NCCK). Tem havido uma cooperação ativa entre os diferentes grupos evangélicos. Também a nível local, pastores de diferentes origens são convidados a pregar em igrejas co-irmãs. Eu mesmo tenho pregado na Igreja do Evangelho Pleno Yoido, do reverendo David Yonggy Cho, e temos recebido aquele irmão na Sarang Community Church.

A rejeição ao ministério feminino, ratificada neste encontro da IPB, contraria uma tendência crescente no segmento evangélico do Brasil, onde cada vez mais denominações estão ordenando pastoras e bispas. Qual a sua opinião sobre o assunto e como o tema tem sido tratado na Coreia do Sul?
A ordenação das mulheres é uma questão controversa que também não foi completamente resolvida em meu país. A grande maioria das igrejas coreanas, incluindo a denominação a que pertenço, se opõe a isso, com base nos aspectos históricos, teológicos e culturais envolvidos na discussão. No entanto, isso não significa que estamos enfrentando conflitos; a divergência não impede, por exemplo, que defensores e opositores do sacerdócio feminino trabalhem conjuntamente pelo Reino de Deus. Como membro da Igreja Presbiteriana da Coreia, não me sinto em liberdade para adotar opinião diferente da de minha denominação. No entanto, reconheço a liderança das mulheres e encorajo sua participação em muitas outras áreas da igreja que não sejam na qualidade de pastor, presbítero ou diácono ordenado.

Qual deve ser, em sua opinião, a repercussão da recente decisão da Igreja Presbiteriana Unida dos Estados Unidos (PCUSA) de permitir a ordenação de sacerdotes homossexuais?
A igreja na Coreia não tem uma relação estreita com a PCUSA. Por isso, não sei realmente o que aconteceu, mas se os relatos correspondem à realidade, os presbiterianos dos EUA vão se distanciar ainda mais dos conservadores, liberais e progressistas.

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