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Faça Missão com Presente de Natal

quarta-feira, dezembro 08, 2010

Autor: Troy Fitzgerald

Tradutor: Marcelo Dias

Lançamento em Português: 2010

Formato: 14,0x21,0

Número de páginas: 208

ISBN: 9788534513364

Acabamento: Brochura

Editora: Casa Publicadora Brasileira




Traduzi esta obra há mais ou menos dois anos. Foi uma experiência diferente das anteriores que se referiam a livros biográficos. Esta "entrevista" com Deus faz com que todos repensem a sua vida espiritual e, especialmente, formem um relacionamento mais próximo com Deus.

Neste livro, Deus faz muitas perguntas e espera respostas. Como você responderá a cada pergunta é extremamente importante. Qualquer um que já leu a Bíblia sabe que as perguntas de Deus transformam vidas e podem ter consequências eternas. Com espírito de oração, responda às perguntas que Deus lhe faz.

Para comprar, clique aqui.

Os Problemas da Missão Brasileira?

A Revista Cristianismo Hoje publicou no seu site uma entrevista (por Marcelo Barros), com algumas declarações controversas,  com o pastor batista Josué Martins dos Santos (25/11/10) sobre a missão da Igreja no Brasil.
Veja alguns momentos da publicação:

“É impossível ser um pastor de ovelhas e não se importar com aqueles que vão para o inferno porque o Evangelho não lhes está disponível”, sentencia. Para ele, não há justificativa para a igreja que não se envolve com a pregação da Palavra até os confins da Terra, como ordenou Cristo. “Temos um tremendo potencial espiritual, numérico, econômico e vocacional”, argumenta. “Mas, mesmo com 40 milhões de evangélicos, não somos uma Igreja missionária porque estamos em pecado, doentes, não temos santidade.”

"É preciso deixar bem claro que, em nosso país, o Evangelho já está disponível a todos os brasileiros, com exceção de uma parte das áreas indígenas. Portanto, a prioridade missionária da Igreja brasileira não pode ser o Brasil."

"Ouvi de um líder indiano a seguinte declaração: “Vocês, brasileiros, têm entusiasmo, alegria e sabem fazer amigos, mas algo está errado. Vocês não estão plantando igrejas autóctones, e isso é uma falha”.
"Os missionários brasileiros trabalham de forma descontextualizada. Nossa eclesiologia precisa ser repensada. Como Igreja, continuamos à procura de modelos importados, de pacotes prontos. A Igreja brasileira não sabe quem ela é e também não sabe para quê existe; somos superficiais e nossa profundidade bíblica é a de um pires."
"A corrida pelos resultados numéricos nos campos acontece porque a igreja que envia, ou a organização parceira, precisa apresentar resultados para justificar, digamos assim, o investimento feito. Cada um está competindo para abrir mais campos missionários que as outras denominações e organizações."
"O problema é que enviamos pessoas que eram líderes em nossas igrejas. ... Gente que tinha cargo na igreja, mas não tinha ministério."

"Há missionários nos campos que nunca se submeteram a ninguém, não respeitam a liderança nacional existente e também não respeitaram os missionários que já estavam trabalhando ali antes deles. Parte dos nossos missionários comporta-se de forma ufanista, crendo que já sabem tudo, conhecem tudo e não precisam de ajuda de ninguém. Isso é soberba, é pecado."

"Creio que existem três questões fundamentais para tal paradoxo. Primeiro, a nossa teologia não é cristocêntrica. Estudamos teologia e não percebemos que a Bíblia foi escrita em razão do projeto missionário de Deus. ... Certamente, não crêem na Bíblia, pois com 180 mil igrejas evangélicas no país, o número de missionários não cresceu, os vocacionados para missões transculturais desapareceram, o dinheiro para missões não chega aos campos. A segunda questão é moral – não há santidade no ministério e na liderança. ... A vocação missionária é resultado da intimidade com Deus.
A terceira está relacionada ao foco ministerial de cada pastor e igreja. Este foco está errado. Estamos construindo grandes templos, estruturas enormes, sem nos perguntarmos por que estamos investindo milhões naquilo que nosso Senhor não mandou fazer."

Seção Downloads: A Evangelização no Mundo Contemporâneo

Estamos disponibilizando mais uma colaboração especial do Pastor Érico T. Xavier, de Londrina, na seção Downloads.


A Evangelização no Mundo Contemporâneo

Líderes Religiosos são a Favor de Orientar Fiéis sobre Política

domingo, outubro 31, 2010

O Estadão desse sábado (30/10) trouxe uma comparação entre as posições de vários líderes religiosos em relação à política.


"Representantes religiosos ouvidos pelo Estado coincidem em um ponto: consideram positivo orientar os fiéis em matéria política. Mas a maioria defende uma orientação indireta. A religião serviria para oferecer os parâmetros morais usados na avaliação dos candidatos. Depois, cada fiel eleitor realizaria sua escolha com liberdade."


A CNBB falou em "liberdade e responsabilidade de cada fiel", a igreja ortodoxa em procurar "difundir valores cristãos", a igreja metodista em "identificar nos políticos propostas que se harmonizam com as" deles, a federação espírita em "direito de escolher o próprio candidato de acordo com seu livre arbítrio", e o zen-budismo em "avaliar as propostas para ver quais correspondem aos seus valores e propostas de vida".


Outros grupos evangélicos e a União Nacional das Entidades Islâmicas orientam de forma mais específica, escolhendo um candidato.


Leia na íntegra.

Evangélicos Vencem Eleição?

Na sexta (29/10), o Wall Street Journal publicou uma matéria afirmando que os evangélicos já são os vitoriosos da eleição presidencial deste ano no Brasil. 

Segundo o artigo, os evangélicos, juntamente com alguns bispos católicos conservadores, se mobilizaram parcialmente em resposta ao amplo plano social apoiado pelo partido da Dilma que incluía mais direitos para os homossexuais e para situações de aborto. Dentre as iniciativas, o popular pastor Silas Malafaia é mencionado pela distribuição de 300 mil DVDs advertindo sobre candidatos que apoiavam aquelas ideias.


As igrejas evangélicas tem tido um papel crescente na política brasileira, principalmente apoiando candidatos ao Congresso. Protestantes, este ano, conseguiram 50% mais assentos no Congresso (71 de quase 600). Esses são normalment eleitos para proteger os interesses das suas igrejas, que controlam grandes redes de rádio e televisão. Politicamente, eles são apoiam tanto o governo como a oposição. Sua influência cresceu, no entanto, quando se uniram para mover todo o debate sobre questões sociais e éticas para a direita.


Leia na íntegra.

Quem Conhece Mais sobre Religião

A revista Galileu de novembro traz uma pequena reflexão, por Denise D. Colleta, sobre a pesquisa recentemente divulgada nos Estados Unidos sobre o grau de conhecimento dos grupos religiosos.


"Seis em cada dez americanos dizem que a religião tem um papel muito importante em suas vidas e quatro em cada dez frequentam cultos ao menos uma vez por semana." Apesar disso a pesquisa do Pew Research Center mostrou que o grupo que mais conhece religião é o de ateus e agnósticos.


"Os que negam ter religião acertaram em média 20,9 questões, seguidos de perto por judeus (20,5) e mórmons (20,3). Bem abaixo, católicos e protestantes demonstraram desconhecimento de informações básicas das próprias crenças."


"Entre os protestantes, 53% não identificavam Martinho Lutero como o líder da reforma que deu início à religião." Segundo, Jorge Claudio Ribeiro, professor da PUC-SP, os resultados seriam diferentes se o estudo fosse no Brasil.

A Reforma e Missões

quinta-feira, outubro 07, 2010

O site da Edições Vida Nova publicou um texto interessante escrito por Ronaldo Lidório. Eis alguns trechos a seguir:

A Reforma Protestante desencadeada com as 95 teses de Lutero divulgadas em 31 de outubro de 1517 foi sobretudo eclesiástica em um momento em que todos os olhares se voltavam para a reestruturação daquilo que a Igreja cria e vivia. Renasceram assim os dogmas evangélicos. A Sola Scriptura defendia uma Igreja centrada nas Escrituras, Palavra de Deus; a Sola Gratia reconhecia a salvação e vida cristã fundamentadas na Graça do Senhor e não nas obras humanas; a Sola Fide evocava a fé e o compromisso de fidelidade com o Senhor Jesus; a Solus Christus anunciava que o próprio Cristo estava construindo Sua Igreja na terra sendo seu único Senhor e a Soli Deo Gloria enfatizava que a finalidade maior da Igreja era glorificar a Deus.

 A Missão da Igreja, sua Vox Clamantis, não fez parte dos temas defendidos e pregados na Reforma Protestante de forma direta. Isto por um motivo óbvio: os reformadores como Lutero, Calvino e Zuínglio possuíam em suas mãos o grande desafio de reconduzir a Igreja à Palavra de Deus e assim todos os escritos foram revestidos por uma forte convicção eclesiológica e sem uma preocupação imediata com a missiologia. Isto não dilui, entretanto, a profunda ligação entre a reforma e a obra missionária por alguns motivos:
a) A Reforma levou a Igreja a crer que o curso de sua vida e razão de existir deveriam ser conduzidos pela Palavra de Deus (submetendo o próprio sacerdócio a este crivo bíblico) e foi justamente esta ênfase escriturística que despertou Lutero para a tradução da Palavra na língua do povo e inspirou posteriormente centenas de traduções populares em diversos idiomas fomentando posteriormente movimentos como a Wycliffe Bible Translators, com a visão da tradução das Escrituras para todas as línguas entre todos os povos da terra. 
b) A Reforma reavivou o culto onde todos os salvos, e não apenas o sacerdote, louvavam e buscavam a Deus.
c) A Reforma trouxe a Glória de Deus como motivo de vida da Igreja e isto definiu o curso de todo o movimento missionário pós reforma onde o estandarte de Cristo, e não da Igreja, era levado com a Palavra proclamada entre outros povos. 
 Mas, sobretudo, a Reforma Protestante submeteu a Igreja ao crivo da Palavra e isto revelou-nos a nossa identidade bíblica, segundo o coração de Deus.

Martinho Lutero, em um sermão expositivo em 1513 baseado no Salmo 91 afirmou que “a glória de Deus precede a glória da Igreja”. É momento de renovar nosso compromisso com as Escrituras, reconhecer que existimos como Igreja pela graça de Deus, orar ardentemente por fidelidade de vidas e entender que o próprio Jesus está construindo a Sua Igreja na terra. E quando colocarmos as mãos no arado, sem olhar para trás, nos lembremos: a razão da nossa existência é a glória do Deus. Pois Deus é maior do que nós.

Novas Pesquisas na Seção Downloads

Estamos disponibilizando mais duas colaborações especiais do Pastor Érico T. Xavier, de Londrina, na seção Downloads.


Títulos:


Frágil, Defeituosa, mas Amada!


O Crescimento da Igreja à Luz de Atos 1:8

Sete Práticas de uma Igreja Relevante

sexta-feira, setembro 24, 2010

Chuck Swindoll sugere que os capítulos 2 e 3 de Apocalipse contem sete práticas para uma igreja relevante.


1. Seja sábio. A igreja de Éfeso tinha líderes sábios. Não havia ensinamentos falsos na igreja de Éfeso.


2. Seja corajoso. Seria bom saber mais sobre a igreja de Esmirna. Aqueles irmãos realmente sofreram. Quanto mais sábios, menos popular, menos compreendidos e, com o passar do tempo, maior será a pressão. O medo faz as igrejas prestarem muita atenção às opiniões das pessoas, as torna hesitantes de explorar grandes oportunidades e as rouba a alegria.


3. Mantenha-se relevante. Pérgamo era a capital da antiga Ásia Menor. Apesar de todo o secularismo, você poderia visitar aquela igreja e ouvir a verdade. Uma igreja que não tinha medo do seu tempo.

4. Resista à erosão. A igreja de Tiatira não diluiu a mensagem para que as pessoas se sentissem bem e não se tornou um centro de entretenimento. Erosão não faz muito barulho e não é notada a não ser pelos que estao alerta.


5. Enfrente a realidade. Sardes tinha uma reputação de estar viva. A igreja não pode existir com base naquilo que um dia já foi. Uma das coisas mais difíceis para os líderes das igrejas é lidar com a verdade. Se há sinais de doença, lide com eles.


6. Quebre os moldes. Não tinha nada de negativo para ser dito a respeito de Filadélfia. Apocalipse diz que ela tinha uma porta aberta. Essa é uma porta de oportunidade, um portal para coisas novas -- uma igreja acostumada a dizer mais "sim" do que "não".
 7. Lute contra a mediocridade. Laodiceia era uma igreja morna. A mediocridade não agrada o Senhor. Que Deus nos ajude a não nos satisfazermos com o "suficientemente bom" ou em ser simplesmente mais uma igreja.

Leia o artigo na íntegra.

A Igreja Indígena Brasileira

sexta-feira, setembro 17, 2010

A revista Ultimato, edição 324, abordou a missão entre os indígenas no Brasil. Reproduzo aqui uma entrevista com Ronaldo Lidório.

Dos 616 mil indígenas brasileiros, 52% ainda habitam em aldeamentos e 48% já moram em regiões urbanizadas. A igreja evangélica indígena é maior do que se imaginava e continua crescendo. Há inclusive três fortes movimentos indígenas: o Conselho Nacional de Pastores e Líderes Evangélicos Indígenas (CONPLEI), a Associação de Mulheres Evangélicas Indígenas (AMEI) e a Associação Indígena de Tradutores Evangélicos (AITE). Contudo, ainda há muito por fazer. Especialistas em missões indígenas afirmam que o Brasil precisa atualmente de quinhentos novos missionários.


Qual o panorama geral das etnias indígenas brasileiras?

As pesquisas e análises mais atuais apresentam o universo indígena brasileiro formado por 228 etnias conhecidas, 37 isoladas, 41 ressurgidas, nove possivelmente extintas e 25 a pesquisar, totalizando 340 etnias distintas. O panorama sociocultural é também bastante eclético e envolve uma crescente migração urbana, uma explosão de indivíduos que passaram a se autodeclarar indígenas nos últimos quinze anos, uma acelerada perda da língua materna nas etnias periféricas às áreas urbanas e uma intensificação dos problemas de saúde, educação e subsistência nos ambientes de aldeamento.



O que é o Relatório Etnias Indígenas Brasileiras 2010?

A coordenação de pesquisa do Departamento de Assuntos Indígenas da Associação de Missões Transculturais Brasileiras (AMTB) deu seguimento ao precioso trabalho já realizado por diversas pessoas, como Carl Harrison, Rinaldo de Mattos, Isaac Souza, Ana Bacon, Osvaldo Álvares, Ted Limpic, Enoque Faria e, nos últimos anos, Paulo Bottrel. Nessa atualização do banco de dados, contamos com a participação de vários parceiros, como o CONPLEI, a Sociedade Internacional de Linguística (SIL), as agências missionárias ligadas à AMTB, SEPAL e o Instituto Antropos, além de diversos pesquisadores de campo e colaboradores de análise.



Na revisão de 2010 foram feitas 27 pesquisas de campo e 76 entrevistas com líderes indígenas, e consultados os bancos de dados do IBGE, FUNASA e FUNAI, entre outros, com um total de 4.200 dados avaliados. O resultado é o Relatório Etnias Indígenas 2010 (disponível no site www.indigena.org.br). Seu objetivo é observar as tendências demográfica, sociocultural, linguística e religiosa dos povos indígenas e nortear as iniciativas, sobretudo evangélicas, de forma mais focada nas áreas de real carência.



A migração para centros urbanos é uma realidade no meio indígena?

Reconhecemos a população indígena brasileira como sendo formada por 616.000 pessoas em 2010. Dentre elas, 52% habitam em aldeamentos e 48%, em regiões urbanizadas ou em urbanização, sendo que aproximadamente 60% da população indígena brasileira habita a Amazônia Legal. A partir das leituras de movimentos demográficos, porém, em cinco anos haverá igualdade entre aqueles que habitam as aldeias e os que habitam as pequenas e grandes cidades. A partir de 2015, a quantidade de indígenas habitando áreas urbanas será maior, e em aumento gradativo.



Os principais fatores para a urbanização são quatro: busca por educação formal em português, proximidade a uma melhor assistência de saúde, acesso a produtos assimilados (roupas, alimentos, material de caça e pesca, entretenimento e álcool), e busca por melhor subsistência.



Qual é a representatividade da igreja evangélica indígena?

A igreja evangélica indígena é maior do que imaginamos e está em franco crescimento. Isto se dá a partir das relações intertribais locais, atuação missionária com ênfase na evangelização, discipulado e treinamento indígena, acesso à Bíblia e três fortes movimentos indígenas nacionais, que são o CONPLEI, a AMEI e a AITE.



A igreja indígena está presente em 150 etnias, possuindo igreja local com liderança própria em 51 e sem liderança própria em 99, o que ainda é um grande desafio. Além disso, há 54 etnias sem programa algum de ensino bíblico; tal fato demonstra que o crescimento não é proporcional ao desenvolvimento do ensino e treinamento. Isso pode gerar graves problemas, como sincretismo e nominalismo. Há 121 etnias pouco evangelizadas ou não evangelizadas.



Como é a presença missionária evangélica entre indígenas e sua relação com ações sociais?

Há missionários evangélicos em 182 etnias indígenas. Tal presença representa mais de trinta agências missionárias e quase cem denominações diferentes. Como a evangelização é parte da natureza da Igreja, as ações evangelizadoras estão presentes em várias frentes. Porém, é preciso destacar também que a presença missionária evangélica é responsável por um número expressivo de ações e iniciativas sociais.



Em 165 dessas etnias há programas e projetos sociais coordenados por missionários evangélicos, com ênfase nas áreas de educação (análise linguística, registro, letramento, publicações locais e tradução), saúde, subsistência e na área sociocultural (valorização cultural, promoção da cidadania, mercado justo e inclusão social).



Qual a diferença entre evangelização e catequese?

A evangelização difere-se da catequese principalmente em relação ao conteúdo, abordagem e comunicação. O conteúdo da catequese é a igreja, com seus símbolos, estrutura e práticas, ou seja, a sua eclesiologia; o da evangelização é o evangelho, os valores cristãos e a pessoa de Jesus Cristo. A abordagem da catequese é impositiva e coercitiva; a da evangelização é dialógica e expositiva. A catequese se comunica a partir dos códigos do transmissor (o que fala), sua língua e seus costumes, importando e enraizando seus valores; a evangelização se dá com a utilização dos códigos do receptor (o que ouve), sua língua, cultura e ambiente, respeitando os valores locais e focando na comunicação da mensagem como inteligível e aplicável ao seu universo.



A AMTB preparou um manifesto sobre o assunto e chegou a algumas afirmações importantes. A primeira é que nenhum elemento deve ser imposto a uma sociedade, seja indígena ou não-indígena. A segunda é que a cultura humana não é o destino do homem e sim seu meio de existência. Ela é dinâmica, provocando e sofrendo processos de mudança, seja por motivações internas ou a partir de trocas interculturais. Portanto, cabe ao próprio grupo refletir sobre sua organização social, tabus e crenças, e promover (ou não) ajustes sociais que julgue de benefício. Vemos isso em relação ao infanticídio e valiosas iniciativas da organização ATINI. Esse manifesto expressa também que a motivação missionária da igreja precisa ser respeitada, pois não se deve confundir motivação cristã com imposição do cristianismo.



Para quantas línguas indígenas a Bíblia já foi traduzida e o que falta ser feito?

Hoje contamos com 58 línguas que possuem porções bíblicas, o Novo Testamento ou a Bíblia completa em seu próprio idioma -- material que serve a 66 etnias. Em três línguas há a Bíblia completa (que serve a sete etnias); em 32, o Novo Testamento completo (que serve a 36 etnias) e em 23, porções bíblicas, que servem ao mesmo número de etnias.



Há dez línguas conhecidas com clara necessidade de tradução da Bíblia, 28 com necessidade de um projeto especial de tradução com base na oralidade e 31 com situação ainda indefinida. Essas 31 línguas a avaliar são faladas por 59 etnias; portanto, o desafio linguístico quanto à tradução bíblica é enorme. Tanto as línguas com necessidade de projetos de tradução quanto aquelas com necessidade de um projeto especial de oralidade possuem pouca possibilidade de compreensão do evangelho em alguma outra língua, por outros meios de comunicação ou outros grupos próximos.



A presença de linguistas, educadores e tradutores missionários, catalogando, analisando e produzindo material de letramento nas línguas indígenas, além da tradução da Bíblia, colabora para a valorização linguística, social e cultural da população indígena. É uma das ações de grande relevância espiritual e social.



É possível quantificar a necessidade de novos missionários?

Mais de 40% das ações missionárias em andamento demandam com urgência mais pessoas para assegurar o seu prosseguimento e 95 etnias conhecidas permanecem sem presença missionária. Assim, estima-se a necessidade de, no mínimo, 357 novos missionários para reforçar o trabalho existente e dar início a novos. Levando em consideração as ações especializadas e o trabalho administrativo, logístico e pastoral que tanto precedem quanto acompanham tais iniciativas, são necessários quinhentos novos missionários para este momento do trabalho indígena.



Quais os maiores desafios para a igreja indígena?

As 99 etnias com igreja evangélica, mas sem liderança própria, representam a extensão do desafio de treinamento em nossos dias. Além disso, 67 delas têm pouco acesso a cursos bíblicos e 54 não têm acesso algum. Há, portanto, necessidade de fortalecer os seminários e cursos já implementados para o treinamento indígena, investir em novas iniciativas, como a Capacitação Bíblica Missionária Indígena (CBMI), e encorajar os movimentos de treinamento de própria iniciativa indígena, como o CONPLEI.



À medida que as iniciativas missionárias crescem e se tornam mais complexas, qual o principal desafio quanto ao apoio especializado?

O apoio técnico é muito necessário. Podemos observar instituições e iniciativas, como Asas do Socorro, e sua atuação no apoio logístico, transporte, comunicação e ações sociais. Tais iniciativas especializadas multiplicam as ações missionárias, melhoram a qualidade do serviço e são parte fundamental do trabalho realizado. Podemos citar ainda áreas como linguística, antropologia, missiologia, pesquisa, desenvolvimento comunitário e consultoria jurídica. Sem um fortalecimento do apoio especializado, as ações missionárias entre os povos indígenas perderão força, qualidade e oportunidade.



Como a igreja brasileira pode se engajar de forma mais prática?

Cada igreja deve se envolver com uma iniciativa nova e com outra em andamento, para, ao mesmo tempo, aplacar seu afã por novas iniciativas e dar a atenção necessária às atividades missionárias em andamento ou em fase de consolidação.



Pode-se utilizar o material disponível (www.indigena.org.br) para informação, reflexão, mobilização e despertamento missionário da igreja em prol das questões indígenas. A igreja precisa investir na capacitação e no envio dos que são vocacionados. É preciso orar pelos povos indígenas, suas lutas e suas dores. Amá-los e transmitir esse amor tanto na evangelização bíblica quanto nas ações sociais, tão necessárias. É preciso também se aproximar da igreja indígena para conhecê-la de perto, ver seu rosto e caminhar de mãos dadas. Uma forma de fazer isso é por meio do CONPLEI.



Porém, sabemos que a primeira missão da igreja não é enviar missionários, proclamar o evangelho ou saciar os famintos. Sua primeira missão é morrer. Perder os valores da carne e ser revestida com os valores de Deus. É se “desglorificar” para glorificar a Deus. Somente morrendo para nós mesmos teremos olhos abertos o suficiente para enxergar com os olhos de Cristo e de fato fazer aquilo que há muito sabemos ser necessário.

A Seção Downloads Está Ativa

sexta-feira, setembro 10, 2010

A partir de agora a seção Downloads deste blog está ativa. O propósito é disponibilizar materiais que não poderiam ser publicados nas postagens, principalmente, devido ao seu tamanho.

Clicando aqui, você será levado à nova página que contém a relação e os links para baixar os conteúdos!

De imediato agradeço ao Pr. Érico T. Xavier pela contribuição com 4 estudos interessantes relacionados ao crescimento da Igreja.

  • O Ministério de Paulo em Tessalônica: Uma ênfase especial em sua metodologia evangelística.
  • O Crescimento da Igreja Através dos Séculos: Análise da História e dos Aspectos Positivos e Negativos.
  • Análise Comparativa dos Resultados de Crescimento da IASD em Joinville e São Paulo
  • Pessoas Decepcionadas com a Igreja: Uma Análise das Principais Causas.

Vale a pena conferir!

Igrejas Advertem Membros Sobre Censo 2010

Igrejas e grupos religiosos do Brasil criaram campanhas para orientar os fiéis a usarem nomenclaturas únicas ao declararem suas religiões a funcionários do Censo 2010. Em celebrações e encontros informais, os adeptos passaram a receber recomendações para darem o nome completo do grupo a que pertencem para que sejam representados corretamente na pesquisa. Padres e pastores relatam que o banco de dados usado pelos recenseadores tem, por exemplo, 48 itens com a palavra "luterana" e 27 com a palavra "católica".

Na Igreja Católica, que concentrava 73,6% da população no levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) durante o Censo de 2000, a mobilização foi iniciada pelo arcebispo do Rio, d. Orani Tempesta. Em um comunicado urgente enviado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e às paróquias do País, ele pede que os fiéis sejam informados no fim das missas que devem declarar que pertencem à "Igreja Católica Apostólica Romana".

"Tomamos a iniciativa de pedir aos fiéis que respondam corretamente, sem se limitar a dizer: "sou católico" ou "sou cristão"", diz o arcebispo. "Muitas vezes as pessoas não levam em consideração os nomes técnicos e o Censo pode ser deturpado por causa de respostas errôneas."


Apenas 11% dos brasileiros serão perguntados sobre esse item, uma vez que as estatísticas sobre religião estão entre aquelas que serão obtidas a partir de amostras. Os 89% que forem selecionados para responder ao questionário básico não serão questionados sobre o tema.


"Como apenas uma pequena parcela da população vai responder a essa pergunta, pode haver diferenças grandes quando as informações forem projetadas de 11% para 100%", afirma d. Orani.


Um dos objetivos das campanhas das diversas religiões e cultos é evitar que respostas consideradas muito genéricas distorçam os dados sobre a população.


O auxiliar administrativo Hilton de Sousa recebeu um recenseador na semana passada e, quando questionado, disse apenas que era "católico". Nos dados do Censo 2000, no entanto, há estatísticas para as religiões "católica apostólica romana", "católica apostólica brasileira" e "católica ortodoxa". Líderes religiosos também temem que respostas muito específicas restrinjam os indivíduos a grupos muito pequenos, "pulverizando" determinadas denominações em dezenas ou centenas de subdivisões.

O IBGE esclareceu que os entrevistados não são obrigados a citar a denominação completa do grupo religioso a que pertencem e os recenseadores são orientados a registrar qualquer resposta, sem oferecer opções.


Segundo o instituto, para facilitar o trabalho dos entrevistadores, os computadores de mão contêm todas as respostas recebidas no Censo 2000. Com o auxílio de um sistema de buscas, os aparelhos apresentam ao recenseador uma série de itens quando são digitados os primeiros caracteres de cada resposta, mas também aceitam a inclusão de opções que não estão nessa lista.


Igrejas evangélicas e centros espíritas também divulgam orientações para padronizar as respostas de seus adeptos. "Se as pessoas dizem apenas que são cristãs, a amostra pode ficar imprecisa. Se passam a citar 500 denominações diferentes, os números do setor evangélico podem ficar reduzidos", diz o reverendo Guilhermino Cunha, da Catedral Presbiteriana do Rio.

Fonte: O Estadão (5/9/10)

Crescimento Inquietante

terça-feira, setembro 07, 2010

O Brasil já é considerado o maior país espírita do mundo, com números que chegariam a 30 milhões de seguidores e simpatizantes. O último levantamento religioso oficial da população nacional, o Censo de 2000, encontrou pouco mais de 2,3 milhões de espiritualistas confessos, mas é sabido que muitas pessoas têm o kardecismo como uma espécie de segunda crença, à qual recorrem em momentos de aflição.

Além disso, o espiritismo mesclou-se muito bem com credos de matriz africana como a umbanda e o candomblé, criando uma religiosidade popular que mistura a cosmovisão dos dois lados.O sucesso estrondoso de Chico Xavier (Downtown/Sony Pictures), cinebiografia do mais celebrado médium brasileiro, que vem batendo recordes de público desde seu lançamento, é demonstração disso. Em dois meses, foram 3 milhões de espectadores, sinal de que a doutrina dos espíritos está em alta.

De acordo com a Federação Espírita Brasileira (FEB) há no país cerca de 15 mil centros e casas de sessão das mais diversas linhas espiritualistas. Alguns locais, como o Centro Espírita Perseverança, considerado o maior da América Latina e localizado na capital paulista, recebe diariamente nada menos que 5 mil pessoas.

Elas estão interessadas numa religião onde não existem amarras hierárquicas e na qual cada fiel é responsável pelo próprio crescimento espiritual, sobretudo através da prática da caridade, marca registrada do grupo. Outra característica do espiritismo é o estímulo ao estudo.

 O perfil do espírita brasileiro é de pessoas com renda familiar alta, na casa dos R$ 5 mil mensais – bem acima, por exemplo, dos católicos (por volta de R$ 2 mil) e dos evangélicos (não mais que R$ 1,3 mil) –, média de escolaridade de 10 a 15 anos e forte hábito da leitura.

A ênfase no estudo explica o desenvolvimento acelerado das editoras do segmento espiritualista em um país como o Brasil, em que somente 10% da população lê com assiduidade. Segundo um levantamento baseado em dados de 2006 da Câmara Brasileira do Livro (CBL), esse nicho de mercado editorial possuía 205 editoras, 4,3 mil títulos, cerca de 1 mil autores e editou nada menos que 6,5 milhões de livros. Isso significou um faturamento de quase R$ 100 milhões naquele ano.

Para Júlia, o sucesso dos temas espíritas reflete uma busca dos tempos modernos. “As pessoas estão cansadas do materialismo e têm procurado uma resposta transcendental. O espiritismo traz essa resposta, embora não sejamos os donos da verdade”, afirma.“Estratégia proselitista” – É a caridade, contudo, a bandeira mais levantada pelos seguidores do espiritismo. Fazer o bem ao próximo é fundamental para os devotos, que veem na solidariedade o caminho para a perfeição – crença bem expressa no slogan “Fora da caridade, não há salvação”.

O jornalista e missionário Jamierson Oliveira, ligado à Igreja Batista Betel, considera que as obras sociais e assistenciais são uma vitrine de justiça e o cartão de visita não só do espiritismo, mas de outros grupos religiosos. “É uma estratégia de proselitismo, mas é preciso registrar que também os evangélicos e protestantes realizam grandes obras em favor do próximo”. Ele cita como exemplo igrejas e organizações não-governamentais de caráter cristão, como Exército de Salvação, Visão Mundial e Compassion.

Fonte: Cristianismo Hoje

Um de Cada 8 Já Foi Cristão

sábado, setembro 04, 2010

O grupo Barna divulgou um estudo mostrando que um de cada oito americanos já foi cristão. O estudo mostrou que esses ex-crentes se identificam agora como agnósticos, ateístas ou de outra fé. Ao mesmo tempo, 3% da população afirma ter aceito o Cristianismo em lugar de outro fé.

De acordo com o relato, as razões dadas para deixar o Cristianismo incluiram:
  • experiências de vida, como novo conhecimento ou educação;
  • sentimento de desilusão com igreja e religião;
  • sentimento de que a igreja é hipócrita; experiências negativas com a igreja;
  • discordância em relação a assuntos específicos como homossexualidade e aborto;
  • sentimento de que a igreja é muito autoritária;
  • querer expressar a fé fora da igreja;
  • e buscar uma nova fé ou querer experimentar outras religiões.

As razões mais citadas para tornarem-se crentes foram:
  • circunstâncias difíceis da vida;
  • o amadurecimento e uma visão diferente da vida;
  • o desejo de conectar-se com uma igreja e crescer espiritualmente;
  • descobrir Cristo ou querer saber mais sobre o que está na Bíblia. 

Fonte: The Christian Post

25% dos Adolescentes se Envolvem na Igreja

De acordo com uma nova pesquisa do Barna Research Group somente um de cada quatro adolescente s participa dos grupos de jovens das igrejas. O jornal USA Today apontou que as igrejas estão cancelando acampamentos de verão como resultado da baixa demanda.

Thom Rainer, presidente da LifeWay Christian Resources, explicou que dezesseis anos é a idade que os adolescentes estão saindo da igreja. Eles costumavam ir no grupo jovem pela diversão e pela pizza. Agora nem a pizza tem atraído eles.

Jeremy Johnston, pastor da First Family Church em Overland Park, Kansas, culpou os pais que são estressados, ocupados ou preguiçosos demais para levar os adolescentes nos programas. Outros líderes apontaram fatores como a agenda cheia dos adolescentes, a recessão, a mídia social, etc.  

Na íntegra.

"Islã Deve Ser Religião da Europa"

sexta-feira, setembro 03, 2010

O ditador líbio Muamar Khadafi defendeu nesta segunda-feira que o islã seja transformado na "religião de toda a Europa" durante um discurso para 500 mulheres em Roma, onde está em visita oficial, informou a mídia italiana. Depois da palestra, cada jovem recebeu 80 euros e uma cópia do Alcorão.
Kadhafi explicou que "o islã deve se transformar na religião de toda a Europa, e Maomé era o último profeta", segundo uma das participantes, citada pelo jornal Stampa.


"Para nós foi realmente tedioso. Kadhafi não sabia que haviam nos pagado, senão não teria aceitado o encontro", revelou ao Republica uma das mulheres, de 25 anos, que pediu o anonimato.


A agência que recrutou as mulheres pediu que se vestissem de maneira sóbria, e indicou que aquelas que falariam com a imprensa não seriam pagas.
Fonte.

Sete Tendências Missionárias Positivas

sexta-feira, agosto 27, 2010

Como parte de uma pesquisa a revista Outreach publicou estas sete tendências missionárias positivas de acordo com Gary L. McIntosh, professor de Ministério Cristão e Liderança na Universidade Biola.

▲ O crescimento da igreja através de conversões em lugares como Ásia, América do Sul e alguns países da África.

▲ O número crescente de missionários sendo enviados dos países que eram o alvo das missões americanas, como Coreia e Brasil.
▲ A paixão dos líderes da igreja nos Estados Unidos por ir a outros países como missionários de curta-temporada.

▲ A paixão de pastores americanos por ir a outros países treinar pastores.

▲ O número crescente de igrejas multi-étnicas nos Estados Unidos e o interesse crescente de muitos líderes em se tornar multi-étnico.

▲ O interesse renovado em crescimento da igreja através de conversões nos Estados Unidos por uma geração jovem que está buscando alcançar uma nova geração através de evangelismo e plantação de igrejas.

▲ O interesse novo de muitas igrejas étnicas nos Estados Unidos de alcançar outros que não são da mesma etnia.
Leia na íntegra.

O Papel das Igrejas Brasileiras na Ótica Presbiteriana

Entrevista do pastor Jung Hyun Oh  à CRISTIANISMO HOJE. Hyun é o líder da Sarang Community Church, em Seul, na Coreia do Sul. A igreja, ligada à denominação Presbiteriana, tem cerca de 80 mil membros e surgiu há 30 anos.

O senhor acha que pode haver mais cooperação entre as Igrejas brasileira e coreana a favor da obra missionária?
O que eu estou esperando é que, a partir dessa relação entre as Igrejas dos dois países, a obra missionária seja fortalecida. O Brasil é o segundo maior país evangélico do mundo. A Igreja da Coreia, por sua vez, tem recebido muitas bênçãos. Os dois países têm, portanto, uma responsabilidade sagrada de servir ao mundo, e seria ótimo se, pela graça de Deus, pudéssemos unir forças para completar a missão global. Pode haver opiniões diferentes, mas, como Paulo, Barnabé e Apolo fizeram, devemos superar nossas diferenças e usar nossos os dons dados por Deus para o trabalho conjunto em favor do Evangelho. Este é o desejo sincero do meu coração. Se não formos capazes de assumir a liderança da obra missionária, baseados na Palavra de Deus, nossas igrejas também enfrentarão as mesmas dificuldades e sofrerão o declínio que observamos hoje na Igreja europeia. David Brainerd, missionário entre os indígenas americanos, disse certa vez: “Se eu puder trazer uma alma para Jesus, não me importo onde estou, como eu vivo e o que tenho de suportar.”

Como é o relacionamento entre as igrejas tradicionais e as pentecostais na Coreia do Sul?
Na Coreia, as diferenças teológicas entre as igrejas pentecostais e outras denominações não impedem o trabalho conjunto. Temos conselhos que reúnem representantes de diferentes denominações, abrindo canais de diálogo entre elas, como o Conselho Cristão da Coreia (CCK) e o Conselho Nacional de Igrejas da Coreia (NCCK). Tem havido uma cooperação ativa entre os diferentes grupos evangélicos. Também a nível local, pastores de diferentes origens são convidados a pregar em igrejas co-irmãs. Eu mesmo tenho pregado na Igreja do Evangelho Pleno Yoido, do reverendo David Yonggy Cho, e temos recebido aquele irmão na Sarang Community Church.

A rejeição ao ministério feminino, ratificada neste encontro da IPB, contraria uma tendência crescente no segmento evangélico do Brasil, onde cada vez mais denominações estão ordenando pastoras e bispas. Qual a sua opinião sobre o assunto e como o tema tem sido tratado na Coreia do Sul?
A ordenação das mulheres é uma questão controversa que também não foi completamente resolvida em meu país. A grande maioria das igrejas coreanas, incluindo a denominação a que pertenço, se opõe a isso, com base nos aspectos históricos, teológicos e culturais envolvidos na discussão. No entanto, isso não significa que estamos enfrentando conflitos; a divergência não impede, por exemplo, que defensores e opositores do sacerdócio feminino trabalhem conjuntamente pelo Reino de Deus. Como membro da Igreja Presbiteriana da Coreia, não me sinto em liberdade para adotar opinião diferente da de minha denominação. No entanto, reconheço a liderança das mulheres e encorajo sua participação em muitas outras áreas da igreja que não sejam na qualidade de pastor, presbítero ou diácono ordenado.

Qual deve ser, em sua opinião, a repercussão da recente decisão da Igreja Presbiteriana Unida dos Estados Unidos (PCUSA) de permitir a ordenação de sacerdotes homossexuais?
A igreja na Coreia não tem uma relação estreita com a PCUSA. Por isso, não sei realmente o que aconteceu, mas se os relatos correspondem à realidade, os presbiterianos dos EUA vão se distanciar ainda mais dos conservadores, liberais e progressistas.

Brasileiro é Detido no Egito por Promover Religião

terça-feira, agosto 24, 2010

Um guia turístico brasileiro está detido no Cairo, capital do Egito, sob a acusação de promover atividades religiosas, o que é proibido pelas leis locais.

Segundo a assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores, o homem, que vive no Egito, foi detido com outras duas brasileiras, que já foram liberadas.

A namorada do brasileiro, que vive no Maranhão, disse ao Jornal Hoje que ele ia visitar as pirâmides e foi detido por policiais que encontraram as bíblias e folhetos evangélicos no carro em que ele viajava.

De acordo com o Itamaraty, a embaixada do Brasil no Egito está tomando providências para que o brasileiro seja liberado.

Fonte: O Globo

Os Novos Evangélicos

segunda-feira, agosto 23, 2010

"Estima-se que haja cerca de 46 milhões de evangélicos no Brasil. Seu crescimento foi seis vezes maior do que a população total desde 1960, quando havia menos de 3 milhões de fiéis espalhados principalmente entre as igrejas conhecidas como históricas (batistas, luteranos, presbiterianos e metodistas). Na década de 1960, a hegemonia passou para as mãos dos pentecostais, que davam ênfase em curas e milagres nos cultos de igrejas como Assembleia de Deus, Congregação Cristã no Brasil e O Brasil Para Cristo. A grande explosão numérica evangélica deu-se na década de 1980, com o surgimento das denominações neopentecostais, como a Igreja Universal do Reino de Deus e a Renascer. Elas tiraram do pentecostalismo a rigidez de costumes e a ele adicionaram a “teologia da prosperidade”. Há quem aposte que até 2020 metade dos brasileiros professará à fé evangélica.

"Dentro do próprio meio, levantam-se vozes críticas a esse crescimento. Segundo elas, esse modelo de igreja, que prospera em meio a acusações de evasão de divisas, tráfico de armas e formação de quadrilha, tem sido mais influenciado pela sociedade de consumo que pelos ensinamentos da Bíblia. “O movimento evangélico está visceralmente em colapso”, afirma o pastor Ricardo Gondim, da igreja Betesda, autor de livros como Eu creio, mas tenho dúvidas: a graça de Deus e nossas frágeis certezas (Editora Ultimato). “Estamos vivendo um momento de mudança de paradigmas. Ainda não temos as respostas, mas as inquietações estão postas, talvez para ser respondidas somente no futuro.”


"Uma das saídas propostas por esses pensadores é despir tanto quanto possível os ensinamentos cristãos de todo aparato institucional. Segundo eles, a igreja protestante (ao menos sua face mais espalhafatosa e conhecida) chegou ao novo milênio tão encharcada de dogmas, tradicionalismos, corrupção e misticismo quanto a Igreja Católica que Martinho Lutero tentou reformar no século XVI. “Acabamos nos perdendo no linguajar ‘evangeliquês’, no moralismo, no formalismo, e deixamos de oferecer respostas para nossa sociedade”, afirma o pastor Miguel Uchôa, da Paróquia Anglicana Espírito Santo, em Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife. “É difícil para qualquer pessoa esclarecida conviver com tanto formalismo e tão pouco conteúdo.”

"Um dos maiores estudiosos do fenômeno evangélico no Brasil, o sociólogo Ricardo Mariano (PUC-RS), vê como natural o embate entre neopentecostais e as lideranças de igrejas históricas. Ele lembra que, desde o final da década de 1980, quando o neopentecostalismo ganhou força no Brasil, os líderes das igrejas históricas se levantaram para desqualificar o movimento. “O problema é que não há nenhum órgão que regule ou fale em nome de todos os evangélicos, então ninguém tem autoridade para dizer o que é uma legítima igreja evangélica”, afirma.

"A teologia chama de “cristocêntrico” o movimento empreendido por esses crentes que tentam tirar o cristianismo das mãos da estrutura da igreja – visão conhecida como “eclesiocêntrica” – e devolvê-lo para a imaterialidade das coisas do espírito. É uma versão brasileiramente mais modesta do que a Igreja Católica viveu nos tempos da Reforma Protestante. Desta vez, porém, dirigida para a própria igreja protestante. Depois de tantos desvios, vozes internas levantaram-se para propor uma nova forma de enxergar o mundo.

 
Leia na íntegra: Púlpito Cristão

Pastores de Igreja São Sucesso na Internet

Eles não celebram cultos de terno e gravata, não se importam com o título de pastor e fazem parte de uma blogosfera cristã em franca expansão, na qual comentam temas atuais — que vão de caso Bruno a sexo — sem abrir mão da liberdade de analisar, de forma crítica, as próprias igrejas evangélicas. Renato Vargens, de 42 anos, e Márcio de Souza, de 36, pertencem à Igreja Cristã da Aliança, denominação com três templos e cerca de 450 membros, criada há oito anos em Niterói.

Igreja neopentecostal pós moderna? Ao contrário. O objetivo do grupo seria resgatar os ideais da Reforma Protestante, do século 16.

— A igreja nasceu do desejo de resgatar os princípios da Reforma e não defender as práticas neopentecostais. Assim como Calvino e Lutero, que priorizavam as Escrituras, nossa única regra de fé é a Bíblia. O contato com ela proporciona às pessoas capacidade de reflexão. Não há respostas prontas. Perguntas são importantes — afirma Renato, pastor em Pendotiba.

No top dos blogs
Um dos sete blogueiros mais lidos no meio evangélico, segundo a revista “Cristianismo Hoje”, Renato tem formação religiosa empírica: é escritor — assim como o pastor de Rio do Ouro (São Gonçalo), o psicólogo Cláudio Álvares. Recentemente, ele esteve no Haiti, onde participou de um congresso para 235 pastores locais.

— A internet é uma forma inteligente de comunicar-se com a sociedade — diz Renato, cujo blog chega a registrar 40 mil acessos mensais.

Ex-líder do MPC atrai o público jovem
Deus perdoa quem perdeu a virgindade? A pergunta intitula um dos artigos mais comentados do Blog do pastor Márcio de Souza este ano. Único dos três pastores da Igreja Cristã da Aliança com formação teológica, ele foi líder de evangelismo no estado pelo movimento Mocidade para Cristo (MPC). Origem que explica a facilidade para falar com os jovens — inclusive de outras denominações, como Assembleia de Deus e Igreja Batista. Márcio tem 3 mil seguidores no Twitter do blog e 5 mil no seu pessoal.


— O perfil no Fonseca é mais intelectual, com muitos jovens universitários. Há poucos convertidos, mas muitos decepcionados com o rumo das igrejas. A ideia de prosperidade que algumas passam está ligada à teologia do medo e à escravidão do dízimo — diz Márcio.

Fonte: O Globo

Dilma Afirma que as Igrejas Têm Papel Social Importante

Em encontro com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em 19 de agosto, a presidenciável petista Dilma Rousseff afirmou que é importante os candidatos a presidente terem contatos com todas as igrejas.

Segundo ela, embora o Estado brasileiro seja laico, as igrejas, tanto a Católica como as evangélicas, desempenham papel social importante.

Dilma negou que tenham sido abordados temas polêmicos que vêm provocando estresse na relação da CNBB com a campanha petista, como o aborto e o casamento gay. Ela também disse que não foi à reunião para ser convertida.


Fonte: O Globo

A Religião dos Militares Americanos

WASHINGTON (Reuters) - Em meio à polêmica por causa dos planos para a construção de um centro cultural islâmico e de uma mesquita perto do local dos ataques de 11 de setembro de 2001 em Nova York, muçulmanos já rezam regularmente num local próximo a outro alvo daqueles atentados, no Pentágono, em Washington.

Muçulmanos, judeus e cristãos de várias denominações realizam cultos regulares na capela multirreligiosa que foi inaugurada em novembro de 2002, depois da reconstrução da ala do Pentágono que foi atingida por um dos aviões comerciais sequestrados no 11 de Setembro.

A capelania estima que 300 a 400 pessoas usem o local por semana, seja em cultos organizados, ou para orações e meditações privadas.

Os muçulmanos realizam orações diárias de segunda a quinta-feira, e uma atividade especial na sexta-feira. Judeus, católicos, protestantes, hindus e outros grupos também fazem cultos regulares.

Pelo menos 3.264 militares dos EUA (inclusive mais de 300 mulheres) se identificam como muçulmanos, segundo estatísticas oficiais.

Para efeito de comparação, há nas Forças Armadas norte-americanas 3.095 judeus, 4.759 budistas, 781 hindus e 2.529 "wiccans."

Os maiores grupos religiosos das Forças Armadas são os católicos (222.039) e os protestantes de diversas designações (160 mil). Mais de 263 mil se dizem apenas cristãos, sem especificar a denominação, e 262 mil não declaram religião.

Lula: "Não é possível cidade sem igreja"

BRASÍLIA, 28 de junho (Reuters) - Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) demonstram o sucesso da política econômica, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira.

"A vida do povo brasileiro está melhorando," disse Lula, no programa de rádio "Café com o Presidente."

Lula voltou a defender a política de transferência de renda como fator de crescimento da economia com base nos números -- divulgados na última semana -- da pesquisa de Orçamentos Familiares de 2008 e 2009, realizada pelo IBGE.


O presidente revelou ter ficado "estarrecido" com a destruição provocada pela chuva nos Estados de Alagoas e Pernambuco. Para Lula, visitar os municípios mais atingidos acompanhado de vários ministros foi importante para que medidas rápidas fossem tomadas.


Lula viajou à região na última quinta-feira, data em que anunciou mais 275 milhões de reais para cada Estado. O dinheiro já foi disponibilizado nas contas dos Estados, como forma de evitar o trâmite burocrático usual de transferência de recursos a unidades federativas. A prestação de contas será definida posteriormente.


"Se nós formos cumprir todo o ritual de decretação de calamidade, de exigência de todos os papéis que precisam para dar recurso para as cidades... nós vamos demorar aí seis, sete, oito meses para resolver o problema, quando na verdade nós temos cidades praticamente destruídas," ponderou Lula.

"Não é possível que a gente fique perdido na burocracia, enquanto milhares de pessoas estão perdidas, sem casa, sem endereço, cidade sem igreja, cidade sem prefeitura, cidade sem cartório."

(Reportagem de Maria Carolina Marcello)

Gente Cansada de Igreja

quinta-feira, agosto 19, 2010

Entrevista com o Pr.Israel Belo de Azevedo, graduado em Jornalismo, mestre em Teologia, doutor em Filosofia e autor de livros, como O Prazer da Produção Científica, Olhar de Incerteza e Gente Cansada de Igreja. Ele é pastor da Igreja Batista de Itacuruça, no Rio de Janeiro e diretor do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil.

Leia na íntegra no site do Instituto Jetro.

Em sua opinião, o que leva tanta gente a desistir de frequentar uma igreja?
Os fatores são internos e externos. Por internos, eu me refiro à própria condição do desistente de igreja, não importa a situação da comunidade. Menciono as expectativas sobre a igreja (líderes e membros) que não podem ser preenchidas, como atenção o tempo todo, e os desgastes emocionais, não necessariamente ligadas à igreja. As pessoas imaginam que a igreja seja uma organização perfeita e, quando descobrem que não é, desistem dela, por exemplo. As relações humanas, como na vida conjugal, são muito difíceis sempre.

Por externos, menciono os abusos que as lideranças cometem, por autoritarismo ou por desvio de conduta, sobre os membros e sublinho também a cultura da falta de compromisso e de disciplina, vigente em nossos dias. Para que se comprometer, perguntam alguns. A relação de troca acaba estressando os relacionamentos, que acabam extintos, em muitos casos. É mais fácil cobrar o que a igreja pode fazer por mim do que me perguntar o que posso fazer por ela.

Sendo a decepção um dos motivos da desistência, como devemos lidar com ela em nossos relacionamentos e na Igreja?
Não adianta pedir a um decepcionado que faça uma avaliação das causas de seu afastamento no calor da hora, ele apenas fará girar a sua metralhadora, da qual ninguém escapa, exceto ele mesmo. Mas devemos nos perguntar: onde falhamos. Como na vida conjugal, não apenas um lado falha. Os líderes precisam também tomar o cuidado para não acharem que a artilharia está assestada contra ele. Também não podem achar que não é com eles o problema.

Podemos afirmar que tem gente cansada de igreja dentro das Igrejas? Se sim, quais as suas características.
Sim, há, tanto dentro quanto fora. Os que já estão fora acham que a igreja prega uma coisa e vive outra, o que se aplica a líderes e membros em geral. Os que ainda estão dentro vivem reclamando, mas ainda não desistiram. Ainda bem.

Como a imagem da capa do seu livro ilustra, muitos cristãos estão parecidos com os fósforos apagados. A que se deve tanto desânimo?
Um dos fatores é o sacerdotalismo, que tem dois autores: os membros e os líderes. Por um tempo, a idéia de um sacerdote que ora por todos e que faz tudo é conveniente, embora contrária aos princípios das Sagradas Escrituras. Precisamos dessacerdotizar a igreja. É difícil porque isto vem do judaísmo e foi reproduzido pelo catolicismo romano, e somos todos um pouco judeus e um pouco católico-romanos. A maioria das pessoas não descobriu a riqueza de ser seu próprio sacerdote. Outro fator é a dita vida moderna, com tantas exigências e tantas metas. As pessoas se cansam da vida. Nem sempre a igreja consegue ser um lugar de descanso.


Como podemos agir para trazer de volta a chama do primeiro amor esquecido?
Esta é uma tarefa quase perdida. Rick Warren disse que é um esforço sem recompensa buscar os que se foram, tendo estado um tempo na igreja. Sim, eles são muito críticos e muito amargos. No entanto, devemos desenvolver ações neste sentido, mesmo que não dê resultado. Há alguns anos telefonei e escrevi para todos os afastados; nenhum voltou. Assim mesmo, vamos fazer outro esforço neste sentido. Eles precisam saber que nos fazem falta.

Precisamos gastar tempo com os que estão na igreja, para que entendam o que é a fé cristã. Boa parte não sabe.
Que cristianismo estamos passando aos mais jovens? Que disposição os mais jovens têm para levar a Palavra do evangelho de Cristo?
O problema, nesta área, não são os mais jovens, são os mais velhos.

Quais os conselhos que você daria para pastores e líderes cansados e/ou liderando gente cansada?
Quando meu pai morreu, no ano 2000, eu me lembro de poucas coisas do culto, que foi celebrado no próprio cemitério. Eu não lembro de nenhuma palavra, mas lembro de um pastor que apenas me abraçou. Precisamos, portanto, encontrar situações em que estejamos juntos. Precisamos fazer a igreja crescer: gente nova contagia; crente velho se cansa um do outro. Precisamos rever sempre a nossa motivação: por que estamos na igreja? o que nos move como líderes? qual é o nosso combustível: amor, sucesso, senso de missão ?

Livro Histórico Mostra Mapa Religioso do Rio de 1890

Um Rio de Janeiro com 21 bairros, habitado por gregos, positivistas e acatólicos. O curioso mapa religioso da cidade, então com 515 mil moradores e registrado nas anotações do historiador Noronha Santos, estão no livro “As freguesias do Rio Antigo”. A obra, um dos achados da Biblioteca Comunitária Tobias Barreto de Menezes, na Vila da Penha, contém informações sobre o censo feito em 1890 — um ano após a proclamação da República no país.


Veja o mapa em detalhes


O levantamento mostra uma maioria católica de 493.522 adeptos (95,46%), seguida de longe pelos protestantes — expressão usada para designar os evangélicos — com 7.374 (1,42%). Realidade bem diferente da indicada no último censo feito em solo carioca, em 2000, quando católicos (apostólicos romanos) somaram 60,71% e evangélicos 17,65% entre os 5,8 milhões de moradores.

As demais religiões eram assim representadas nas 21 freguesias (bairros) que formavam a cidade: 168 islamitas; 373 positivistas; 358 sem culto; 7 de cultos diferentes; 69 acatólicos; 14.058 sem definição e 41 gregos. Isso mesmo, gregos.


— São os cristãos ortodoxos gregos. Acredito que foram assim divididos por causa do cisma com a igreja romana — explica Fernanda Lima, professora de português-grego da Uerj.


O historiador Milton Teixeira analisa a pesquisa:


— Anglicanos, luteranos e calvinistas devem estar incluídos entre os protestantes. Já os positivistas, que apoiavam a república, eram uma coisa do momento.


Sem judeus e cultos de origem africana
Feito dois anos depois do fim da escravidão, o censo não registra a presença de adeptos de cultos africanos. Nem dos judeus, que já tinham chegado ao Rio naquele período.


— Os judeus que estavam aqui eram de origem marroquina, falavam árabe e podem estar entre os islamitas. Os cultos de matriz africana não eram considerados religião e provavelmente estão entre os acatólicos — avalia o historiador Michel Gherman.


Criador da biblioteca e recém empossado correspondente da Academia Sergipana de Letras no Rio, Evando dos Santos é batista há mais de 20 anos e se relaciona bem com diferentes religiões. Em seu acervo, há bíblias em espanhol, alemão, grego, português e latim, além de revistas espítitas do século 19.


— As pessoas podem vir à vontade. A mim não me interessa a religiosidade de ninguém — explica Evando, que pode ser contatado pelo telefone 2481-5336 e pelo e-mail bibliotecatobiasbarreto@gmail.com.

Milagres e Milhões - Igreja Mundial do Poder de Deus

sábado, março 27, 2010

Alto, negro, extrovertido, de fala rouca cheia de erros de português e forte sotaque mineiro, Valdemiro, de 46 anos, é o criador, líder absoluto e autoproclamado “apóstolo” da Igreja Mundial do Poder de Deus. Caçula entre as neopentecostais, a igreja foi fundada em 1998, em Sorocaba, interior de São Paulo. Mineiro de Palma, região de Juiz de Fora, Valdemiro gosta de se definir como “homem do mato” ou “um simples comedor de angu”. Na pregação diária de bispos e pastores e no boca a boca de milhares de fiéis, é reverenciado como milagreiro. Além de afirmar ressuscitar os mortos, cultiva a fama de curar de aids, câncer, cegueira, surdez, tuberculose, hanseníase, paralisia, alergias, coceiras e dores em qualquer parte do corpo e da alma. Num domingo com três cultos, Valdemiro chega a apresentar mais de 30 testemunhos de cura.

Dissidência da Igreja Universal do Reino de Deus, a Mundial é a menos organizada das evangélicas. Seus templos têm instalações precárias. A pregação é classificada por alguns como “primitiva”. Há gritos, choros e performances espalhafatosas. Até suas publicações são visivelmente mais pobres que as das concorrentes. Apesar de fazer quase tudo no improviso, a Mundial já é considerada o maior fenômeno religioso do Brasil desde a criação da Igreja Universal, em 1977, sob a liderança do bispo Edir Macedo. Mais que isso, a Mundial começa a se firmar como ameaça ao império que a Universal ergueu no campo das neopentecostais.

Carismático, intuitivo, meio desafiador, meio fanfarrão, Valdemiro comanda uma estrutura que, de acordo com números da igreja, reúne 2.350 templos, cerca de 4.500 pastores e tem sedes em mais 12 países. Só em aluguéis de imóveis para cultos a Mundial gasta R$ 12 milhões por mês, segundo estima o diretor de compras da igreja, Mateus Oliveira, sobrinho de Valdemiro. Em número de templos, a Mundial superou duas de suas três concorrentes neopentecostais: a Internacional da Graça, do missionário R.R. Soares, e a Renascer, do casal Estevam e Sônia Hernandes. Nos últimos dois anos, a Mundial praticamente multiplicou por dez seu tamanho (em 2008, eram 250 templos). Mantido o atual ritmo de crescimento, ela ultrapassaria a Universal até 2012. A igreja de Edir Macedo afirma ter 5.200 templos e 10 mil pastores.

Uma característica nova na expansão da Mundial está naquilo que o sociólogo Ricardo Mariano, estudioso de religião na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, chama de “pescar no próprio aquário evangélico”. Estudos sugerem que a maior parte dos seguidores da Mundial veio de outras neopentecostais, principalmente da Universal. Poucos eram do meio católico, tradicional fornecedor de fiéis para denominações evangélicas. “Calculo que mais de 50% dos membros da Mundial saíram da Universal, uns 30% da Internacional da Graça e o resto das demais evangélicas ou outras religiões”, diz Paulo Romeiro, professor de teologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie e autor de um livro sobre a igreja.

Na cúpula da Mundial, a presença de ex-membros da Universal é expressiva. Estima-se que 90% dos bispos e até 80% dos pastores tenham sido formados por Edir Macedo. O próprio Valdemiro tem origem na Universal, onde atuou por 18 anos. O apetite com que a Mundial avança sobre a Universal aparece até na distribuição geográfica dos templos. Valdemiro tem predileção por instalar igrejas em imóveis que já foram ocupados pela Universal.


Além dos “livramentos”, a Mundial ostenta ainda outras três distinções em relação às concorrentes. A principal é a ênfase na cura. Diferentemente da Universal, que cresceu preconizando o exorcismo, ou da Renascer, que concentra o foco na prosperidade, a Mundial promete soluções divinas para doenças terrenas.

Outra característica que distingue a Mundial é a sacralização do suor. A cada culto, Valdemiro passa quase três horas no altar. Ali, ele grita, canta, ri, chora, pula, se ajoelha e sua. Sobretudo sua. Quando a reunião termina, seu suor é disputado pelos fiéis.

O terceiro elemento distintivo da Mundial é a composição de uma cúpula majoritariamente negra. Os bispos Josivaldo Batista, o segundo na hierarquia, e Roberto Damásio, o terceiro, também são negros.

Como outras igrejas neopentecostais, a Mundial também não se acanha em pedir ofertas. Apesar do perfil pobre do público, os pregadores não hesitam em estabelecer valores altos para as contribuições. Valdemiro já pediu até 30% da renda do fiel, o que foi batizado de “trízimo” : “Você vai dizer para Deus o seguinte: ‘Senhor, 70% de tudo o que o Senhor me der neste mês é meu. E 30% são da sua obra’”, disse. Depois, associou o “30” à “Santíssima Trindade”.

A nova ambição de Valdemiro é política. Seguindo a tendência de outras igrejas, ele quer criar sua própria bancada em Brasília e eleger um representante seu em cada Assembleia Legislativa do país.

Leia o artigo inteiro.

Igreja é Instituição Que País Mais Confia

terça-feira, fevereiro 09, 2010

O Congresso Nacional lidera o ranking de descrédito junto à opinião pública, mostrou a pesquisa do Instituto Sensus, encomendada pela Confederação Nacional de Transporte (CNT).

Apenas 1,1 por cento dos entrevistados confia no parlamento brasileiro, pelo estudo realizado neste mês. O governo federal, como instituição, também é mal avaliado, e recebeu a confiança de 5 por cento dos entrevistados, melhor apenas que a polícia, com 3,4 por cento, e o Congresso.

A Igreja é a instituição mais confiável para os entrevistados, com 37,2 por cento das menções, seguida pelas Forças Armadas, com 16,5 por cento, Imprensa, com 11,2 por cento, e Justiça, com 9,5 por cento.

A pesquisa revela ainda que, para 90,9 por cento dos entrevistados, a percepção da violência aumentou. O percentual dos que apóiam a redução da maioridade penal, no entanto, caiu de 88,1 por cento em dezembro de 2003 para 81,5 por cento em abril de 2007. Os brasileiros que são contrários à redução da mioridade penal passaram de 9,3 por cento para 14,3 por cento. Outro tema abordado pela pesquisa foi o aquecimento global, do qual 70,9 por cento dos entrevistados dizem ter conhecimento. Desse total, 67,1 por cento acompanha o assunto "com muito interesse". Sobre quem tem mais responsabilidade nas causas do efeito estufa, 35,9 por cento apontaram os Estados Unidos, enquanto o Brasil aparece com 8,2 por cento das indicações.

O Instituto Sensus ouviu 2.000 pessoas em 136 municípios entre os dias 2 e 6 deste mês. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais para cima ou para baixo.

Leia a notícia na íntegra (10/04/2007)

Mais Muçulmanos nas Grandes Cidades do Brasil

O Islã ganha terreno no Brasil. Esta é a manchete da extensa reportagem publicada pelo diário francês Le Figaro sobre o aumento do número de muçulmanos nas periferias dos grandes centros urbanos do Brasil.


A curiosidade sobre a religião depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos e o sucesso da telenovela O Clone, que mostrou um herói muçulmano romântico, que respeitava e cobria de ouro sua mulher, foram apontados como fatores que ajudaram a multiplicar a conversão de vários brasileiros à religião islâmica.

A correspondente de Le Figaro visitou o Centro de Divulgação do Islã em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, onde conversou com Rosângela, uma mulher negra de 45 anos, ex-católica, que disse ser obrigada a distribuir cópias do Corão, o livro sagrado dos muçulmanos, em espanhol porque a edição em português está esgotada.

Em entrevista ao jornal, o professor da Universidade Fluminense, Paulo da Rocha Pinto, estima que há cerca de 1 milhão de fiéis no país. O número não é preciso porque no censo brasileiro a religião é classificada como "outras".

Ele lembra que os primeiros muçulmanos que chegaram no Brasil foram escravos africanos. Várias revoltas na época teriam propagado uma desconfiança em relação à religião. O jornal francês lembra que apesar da imigração muçulmana de libaneses, sírios e palestinos no século 20, a primeira mesquita no Brasil só foi inaugurada em 1960.

Segundo Le Figaro, a motivação das pessoas que buscam o Islã no Brasil é diferente das que procuram as igrejas evangélicas. Elas descobrem uma religião mais aberta ao mundo, dizem os especialistas. Eles observam ainda que a mensagem de igualdade racial e de justiça pregada pelo Islã é um sucesso entre as comunidades mais pobres, principalmente entre os jovens vítimas do racismo e da violência policial.

Fonte: Rfi, 08/02/2010

Aumenta o Número de Homens nas Igrejas

terça-feira, janeiro 26, 2010

As principais igrejas do Brasil, tanto a católica como as neopentecostais (designação de algumas congregações evangélicas), estão registrando cada vez mais a presença de homens em suas celebrações. O aumento na procura masculina só cresce nos últimos dez anos. A informação consta no mais recente estudo sobre o tema realizado pelo Nures (Núcleo de Religião e Sociedade) da Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Sociais da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo.

Integrante do núcleo, a antropóloga Eliane Gouveia explica que, no caso das igrejas neopentecostais - que segundo o último senso do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) são as que mais crescem - o que mais atrai os fiéis é a promessa de que com o encontro religioso se segue o sucesso financeiro e profissional. "As (igrejas) neopentecostais oferecem um modelo de vida associado ao aceno da prosperidade econômica", diz a antropóloga.

Ela explica que, segundo o levantamento, há mais de dez anos, os homens vistos nas liturgias eram poucos e frequentavam as igrejas apenas aos fins de semana.

O técnico em mecatrônica Álvaro Henrique Lazzarini, 26 anos, chegou ao culto das 19h de ontem na Igreja Internacional da Graça de Deus da Rua Luís Pinto Flaquer, no Centro de Santo André. Ele conta que, há dois anos, desde que curou uma grave úlcera, vai a igreja quatro vezes por semana.

Frequentador da mesma igreja há seis anos, o coletor de lixo José Hilton Anastácio de Souza, 29, diz que o importante é louvar a Jesus, não importa em que casa. Ele conta que, segundo sua possibilidade, vai à igreja pelo menos três vezes por semana, no Centro, ou na Assembleia de Deus do bairro Capuava, onde vive com a família.

A antropóloga Eliane Gouveia conta que o estudo realizado pelo Nures constata também o aumento de frequência masculina nas igrejas católicas. Assim como nas neopentecostais, o movimento ocorre junto com uma retomada dos homens pela fé.

Porém, segundo o levantamento, diferente do que ocorre nas evangélicas, onde os fiéis buscam principalmente satisfação material ou cura para males físicos, quem retoma ou assume a fé católica busca a integração com a família e o encontro com Deus.

Frequentador da Catedral da Nossa Senhora do Carmo, no Centro de Santo André, há cinco anos, quando comungou pela primeira vez e começou a abandonar hábitos ruins (como falar palavrões), o operador de máquinas Gidevaldo Gomes da Silva, 44 anos, conta que era apenas batizado, mas que já fez até Crisma. "Praticamente todos os dias", ele frequenta a catedral ou uma igreja no Jardim Santo André, onde mora.

Por Guilherme Russo para o
Diário do Grande ABC (21/01/2010).