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Oportunidades de Reevangelização

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Na última edição do ano passado da revista Ultimato, um assunto interessante foi abordado: reevangelização.

Mark Carpenter, em seu artigo sobre reevangelização em uma sociedade midiática, começa definindo o termo como "semear o evangelho uma segunda ou terceira vez". E para ele "parece não haver ferramenta melhor que a internet para disseminar com insistência e ubiqüidade".

"Como pode um indivíduo - uma pessoa física sem acesso privilegiado aos gatekeepers tradicionais ou eletrônicos - usar as vantagens das novas mídias e tecnologias para evangelizar com eficácia e disseminar uma cosmovisão bíblica sem alienar-se daqueles que pretende alcançar?

"É necessário respeitar os parâmetros e as regras do jogo de cada formato. Convivência e familiaridade com cada ambiente precede qualquer tipo de estratégia de comunicação. É
~nêcessário também compreender as pressuposições pós-modernas abraçadas
por muitos que transitam pela web. Não precisamos comprometer nossas convicções, mas é necessário buscar um diálogo inicial respeitando os termos da cosmovisão alheia até ganhar o direito de ser ouvido. Devemos procurar o diálogo, conscientes das limitações que cada mídia e formato impõem.


Na mesma revista, Rubem Amorese aborda a reevangelização em uma sociedade pluralista. O primeiro passo, na sua opinião é definir a sociedade. "A mente secularizada de nosso 'século'
sonha com um lar. Ela é cidadã do mundo (portanto, não tem pátria; sendo de todos, não pertence a ninguém); vive numa "sociedade-supermercado", sob o império das diferenças; conformouse ao hábito de escolher nas prateleiras da vida; é consumidora e consumista;
é relativizada e gosta de poder optar; é horizontalizada (o valor do que é ofertado nas prateleiras depende de quem escolhe); é volúvel (não resiste a uma oferta, a uma novidade, a uma
promoção); é superficial como uma borboleta (sempre de passagem para a próxima flor); é hedonista (seus critérios de escolha são o prazer: pessoal, íntimo e intransferível); é iconoclasta (porque é horizontalizada) e tem como valor maior e bússola existencial sua auto-estima."


A sugestão do autor ao abordar essa sociedade é que "a reevangelização dessa mente precisa incluir a oferta concreta do amor de Deus. Um amor que receba, acolha, perdoe, restaure, coloque um anel no dedo e uma sandália nos pés. Essa mente não sabe ser convencida. Não quer decidir logicamente. Não resistirá acordada à nossa apologética. Mas poderá ser seduzida por uma manifestação afetiva, sacrificial, não-combativa, não punitiva da igreja. A doutrina certamente terá o seu lugar na renovação das mentes, para que seja possível experimentar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus."

Link para vídeo sobre a mesa-redonda envolvendo os dois autores.

Cristãos Pós-Modernos?

sexta-feira, fevereiro 06, 2009


A Revista da Folha (11/1/09) trouxe uma extensa reportagem por Maeli Prado e Rafael Balsemão falando sobre "como jovens paulistanos pregam o Evangelho para atrair modernos, roqueiros e até atores pornô".
O artigo apresenta um conceito, chamado igreja emergente, que tende a se tornar cada vez mais em evidência. É interessante notar como esses missionários vão em busca dos perdidos, contextualizam o Evangelho, são até bem conservadores em certos aspectos, mas vêem o processo de santificação--transformação diária--diferente da maioria dos cristãos conservadores.

A matéria apresenta três projetos alternativos que acontecem em São Paulo:

Projeto 242
"Criado há dez anos, o projeto marca a chegada a São Paulo da chamada igreja emergente, movimento que nasceu na Inglaterra, na última década. É uma vertente que congrega denominações que começaram a oferecer cultos alternativos para a juventude, unindo espiritualidade, cultura e vida em comunhão.O próprio nome da igreja remete ao espírito de comunidade: é uma referência bíblica ao versículo 42 do capítulo 2 do livro dos Atos dos Apóstolos: 'E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações'. A divulgação da fé se dá por meio de sites, fotologs e blogs.

"Os fiéis do 242 são jovens de classe média ou média alta, muitos deles profissionais de áreas ligadas à criatividade, como designers, publicitários e arquitetos. Acreditam nos valores mais estritos da moral cristã, como a virgindade.Ao mesmo tempo, fazem parte de uma comunidade religiosa na qual não precisam mudar a linguagem, as roupas ou as preferências musicais para se assumirem como cristãos.


Sexxx Church
"Grupo criado para ajudar prostitutas e viciados em pornografia 'a encontrarem Deus'. Seus 30 missionários são de diversas denominações. Em outubro, o grupo fez jus à primeira parte do nome e foi visto na 13ª Erótika Fair de São Paulo. Lá, o Sexxx Church alugou um estande e exibiu camisetas com os dizeres "Jesus ama os atores pornô", com a figura impressa de um Cristo de óculos escuros e exibindo tatuagens no braço.


Projeto Toque
É justamente em busca de quem se "desviou" do cristianismo que iniciativas como o projeto Toque, uma ONG apoiada pelo 242, se aproxima de prostitutas, sem-tetos e crianças de rua na noite paulistana. "Vamos à região da Cracolândia, da Boca do Lixo e do largo do Arouche e abordamos travestis para conversar, fazer amizade", relata Fernanda Pinilha, 26. "Acreditamos que, só por estar com eles, resgatamos sua dignidade." A integrante do projeto Toque resume a opinião dos fiéis das igrejas emergentes sobre o homossexualismo: "Acreditamos que não é o plano de Deus para o homem, mas não podemos excluir, julgar".

"Na sala ampla, repleta de pinturas estilizadas de figuras religiosas nas paredes, os instrumentos de uma banda de rock estão a postos e um telão exibe slides que fazem referência ao papel de Jesus como revolucionário.Nas pequenas mesas e sofás, alojam-se os fiéis: jovens tatuados que usam roupas modernas e prestam atenção a cada palavra proferida pelo representante comercial Hudson Parente, o pregador da noite, paramentado de calça jeans e tênis All Star."


Mandamentos das Igrejas Emergentes
1. Não há divisão entre o que é sagrado ou mundano: os fiéis fazem parte da cultura do lugar onde estão e ouvem música não-cristã, por exemplo.

2. Ênfase na comunidade: em geral, são igrejas menores, em que os relacionamentos são estimulados e todos se conhecem.

3. São "cristocêntricas", ou seja, os fiéis seguem o exemplo de Jesus.

4. Procuram realizar ações para incluir os excluídos pela sociedade.

5. Estimulam a criatividade e o uso da arte; os membros participam mais ativamente dos cultos.