O jornal O Globo apresentou essa estatística essa semana. Segundo a reportagem, "cidade de São Paulo ganhou, em média, um novo templo religioso a cada dois dias nos últimos quatro anos.
"Números da Prefeitura apontam que há atualmente na capital 3.584 imóveis registrados como templos e igrejas. Há quatro anos, havia 2.675 imóveis funcionando com essa função, o que significa que a cada 12 meses foram abertas 227 igrejas. Na ponta do lápis, há um local de oração para cada 3.000 moradores da cidade."
"A Avenida Celso Garcia, na zona leste, transformou-se numa espécie de "avenida da fé". Pelo menos oito templos com credos diferentes foram abertos quase vizinhos uns aos outros.
Apesar do crescimento acelerado das crenças evangélicas pentecostais entre os brasileiros na última década, 68% dos paulistanos ainda se dizem católicos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2000.
"Outros 12% dos moradores da cidade são evangélicos e 9% não têm crença, diz o censo. Os números mostram uma diminuição da influência do catolicismo: em 1991, eram 80% dos paulistanos, frente a apenas 6% de evangélicos.
"Três ramos evangélicos predominam na cidade, segundo o especialista Cesar Romero Jacob, da Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ): Assembleia de Deus, Congregação Cristã do Brasil e Igreja Universal do Reino de Deus.
"Os evangélicos de missão, no entanto, representam menos de 3% da capital e cresceram menos de 1% entre 1991 e 2000. Dentre os grupos que integram esta divisão religiosa, os batistas predominam, com 1,5%, sendo seguidos pelos adventistas, com 0,7%.
"Há na capital cerca de 40.000 judeus, que correspondem a mais ou menos 0,25% da população. O número de espíritas é maior: chega a 370.000 (2,4% dos habitantes da cidade). Segundo Jacob, o espiritismo é praticado na maior parte de São Paulo, mas não é expressivo em favelas, onde a presença de grupos pentecostais é mais significativa. São Paulo é ainda a única capital brasileira com presença expressiva de budistas: são quase 90.000, muitos com ascendência oriental.
Evangélicos dominam a periferia
"Para o cientista político Cesar Romero Jacob, há na periferia da capital um "cinturão pentecostal" que inclui pessoas com baixa instrução e níveis de renda inferiores aos de moradores do centro, conforme mostram os números do censo do IBGE de 2000.
"Para o cientista político Cesar Romero Jacob, há na periferia da capital um "cinturão pentecostal" que inclui pessoas com baixa instrução e níveis de renda inferiores aos de moradores do centro, conforme mostram os números do censo do IBGE de 2000.
"- Do centro à zona oeste da cidade, como nos bairros de Jardins, Pinheiros, Mooca e Ipiranga, há um predomínio de 82% de católicos, frente a 5% de evangélicos. Se você segue para as regiões de Guaianazes e Cidade Tiradentes, na zona leste, são mais de 30% de evangélicos contra 40% de católicos - afirma Jacob, autor do livro "Atlas da Filiação Religiosa Brasileira".
Segundo ele, municípios da Grande São Paulo que fazem divisa com as zonas leste e oeste da capital, como Poá e Ferraz de Vasconcelos, têm acelerado crescimento da população evangélica, enquanto que, ao sudoeste, a religião católica mantém o fervor nas cidades do ABC, com até 80% dos fiéis.
Segundo ele, municípios da Grande São Paulo que fazem divisa com as zonas leste e oeste da capital, como Poá e Ferraz de Vasconcelos, têm acelerado crescimento da população evangélica, enquanto que, ao sudoeste, a religião católica mantém o fervor nas cidades do ABC, com até 80% dos fiéis.
"O professor afirma que os bairros mais ricos da capital, situados a oeste e sudoeste do centro, mantêm-se pouco afetados pela onda pentecostal. Lá, percentuais inferiores a 5% da população seguem a religião, cuja influência cresceu quase 10% entre os paulistanos, na década de 90. No extremo da zona sul, no Capão Redondo, os números mostram que até 30% da população é de evangélicos.
"Os judeus também concentram-se em regiões nobres, sobretudo as localizadas no oeste e sudoeste, como Higienópolis. Já os espíritas se espalham por uma série de bairros que vão do sudoeste ao nordeste da capital, onde a religião representa de 6% a 10% dos moradores. Além de nessas áreas, os espíritas estão também em alguns bairros dos municípios de Santo André e São Bernardo.
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