Igrejas históricas mostram dificuldade em atualizar seus fundamentos teológicos e pastorais às novas práticas midiáticas, ao contrário das igrejas neopentecostais, que surgiram durante o fenômeno da midiatização, com mais competência, portanto, para lidar com as complexas relações entre mídia e religião.
A constatação foi apresentada pelo jornalista Micael Vier Behs no encontro do Fórum Luterano de Comunicação (FLC), nas dependências do Colégio Concórdia, em São Leopoldo.
Micael estudou as estratégias discursivas da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) para sua dissertação de mestrado. Destacou que a Universal, como igreja midiática, não se limita à mídia audiovisual, mas também recorre ao jornalismo impresso para o desenvolvimento de competências simbólicas.
“A IURD projetou a religião para o céu aberto, instituindo um ambiente relacional capaz de reunir indivíduos distanciados no tempo e no espaço em torno de valores, expectativas e interesses”, assinalou o painelista. Se no passado o templo era o lugar clássico ocupado pelo fiel no contato com o religioso, “hoje ele dispõe de uma infinidade de canais e de operações da mídia para vivenciar experiências do sagrado.”
O professor de Comunicação, Astomiro Romais, apresentou no evento painel mostrando a contribuição de Martinho Lutero para a mídia da Idade Média. Lutero foi um comunicador, disse Astomiro, que se comunicava com o povo. Cada sermão era, para o reformador, um “trabalho de artesanato verbal”, pois, dizia ele, “a linguagem da Bíblia para o povo deve ser como a linguagem da mãe para com o filho”.
Fato é que Luterno recorreu à tecnologia disponível no momento, o invento de Guttemberg, para fazer correr o mundo as traduções do Antigo e do Novo Testamentos, livros e catecismos. ”Nos tempos modernos é necessário falar com mais pessoas do que apenas com o nosso vizinho”, afirmava.
O publicitário Artur Sanfelice Nunes analisou a Comunicação na Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) e o pastor Lucas Albrecht traçou perspectivas sobre a Comunicação na Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB).
Nunes apresentou sites, blogs, twitter e páginas de relacionamento alimentadas pela igreja ou por membros. Já o pastor Lucas destacou que as igrejas tentam tirar o máximo proveito dos meios de comunicação, racionalizando a relação custo/benefício.
Fonte: ALC/Gospel+
As Igrejas Neopentencostais e a Midiatização
quinta-feira, outubro 15, 2009
Postado por Pr. Marcelo Dias às 3:34 PM
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