Recentemente foi noticiado de que existe um "código de ética" ecumênico para o evangelismo sendo preparado como mais uma reação da igreja católica ao avanço dos evangélicos. Eis a reprodução da notícia segundo o site http://www.institutojetro.com/:
A concorrência está cada vez mais acirrada entre religiões em várias partes do mundo. No Vaticano, há preocupação com a perda de católicos para os evangélicos, evidenciada, no caso do Brasil, com a recente visita do papa.
As igrejas protestantes, católica e ortodoxas negociam um acordo para regulamentar a conversão de fiéis. O processo, que deve estar concluído em 2010, surgiu diante do que a Santa Sé católica chama de agressividade das igrejas evangélicas para atrair fiéis e ainda em função da concorrência cada vez mais acirrada entre religiões em locais como Índia, Nigéria, Turquia, Oriente Médio, Zanzibar e em outras regiões onde os cristãos são minoria.
No Vaticano, não se esconde sua preocupação com a perda de fiéis para as igrejas evangélicas, como é o caso no Brasil. Um dos principais motivos da viagem do papa Bento XVI a São Paulo e Aparecida há poucos meses foi exatamente mandar uma mensagem de apoio aos católicos na região.
Outro problema entre os cristãos se refere à relação nem sempre pacífica entre pastores pentecostais nos Estados Unidos e bispos católicos. Mas a Santa Sé também está preocupada com a perda de fiéis para outras religiões em várias partes do mundo. A idéia, portanto, é estabelecer um código de conduta ecumênico sobre como igrejas cristãs podem se aproximar de populações muçulmanas ou de outras religiões para pregar.
Os problemas enfrentados pelas igrejas vão desde as dificuldades vividas pela minoria cristã na Índia, a relação entre cristãos e turcos vivendo na Europa, ou o trabalho de missionários luteranos na Nigéria. Outra questão é o uso de templos cristãos por populações de outros credos.
Nos últimos dias, em Toulouse, na França, representantes de várias igrejas estiveram reunidos para a primeira etapa do processo de consultas sobre o código, promovida pelo Conselho Mundial de Igrejas (CMI) protestante e o Vaticano. Para o arcebispo de Toulouse, Robert le Gall, um código de conduta "seria um instrumento para garantir o respeito mútuo daqueles que estão engajados em uma religião; ao mesmo tempo, preservaria o direito de divulgar e explicar uma fé".
A proposta apresentada na França para o início do debate aponta para um código que estabeleça como base a "atitude de respeito entre as religiões" e o equilíbrio entre o direito de um religioso de promover evangelização e o direito de uma pessoa de escolher a sua própria religião.
"Os religiosos precisam estar conscientes de que nenhuma religião tem o monopólio da verdade e que há várias formas de encontrar a salvação", afirmou o reverendo Hermen Shastri, secretário-geral do Conselho de Igrejas da Malásia. O Vaticano, porém, tem reservas em relação a tal declaração.
O código ainda falará sobre a diferença entre o proselitismo agressivo de algumas igrejas e o ato de evangelizar, numa mensagem aos grupos que o Vaticano chama de seitas cristãs. Nisso, a Santa Sé tem o apoio implícito dos grupos protestantes tradicionais, como luteranos, anglicanos e presbiterianos.
Fonte: O POVO Online, 17/08/2007
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